Porque o valor orçado não é custo como o executado?

Um outro problema comum que acontece quando se contrata o empreiteiro por preços unitários diz respeito a serviços não previstos normalmente nas planilhas de orçamento, como retoques, requadros e outros serviços menores. Por exemplo: em uma determinada obra, está prevista a execução de 400 m2 de revestimento em litocerâmica (placas cerâmicas que imitam tijolo à vista), a um custo orçado de R$ 10,00 por m2 de revestimento (apenas mão-de-obra), totalizando R$ 4.000,00. O construtor então negocia o valor do serviço com o empreiteiro e fecha o contrato por R$ 9,50 por m2 de litocerâmica colocada. No entanto, ao final dos serviços, o empreiteiro apresenta a seguinte medição:

• 419,50 m2 de revestimento x R$ 9,50 = R$ 3.985,25.

• 200 metros lineares de requadros x R$ 4,75 = R$ 950,00 (recortes e requadros de paredes, vigas, janelas e pilares).

• total do Serviço: R$ 4.935,25.

Ou seja, nesse exemplo, o construtor gastou cerca de 23% a mais do que o previsto para a tarefa, quando, durante a contratação, pensou estar economizando. No exemplo mostrado, a contratação por preços unitários pode dar margem ao empreiteiro para reivindicar esse tipo de pagamento de serviços que, na verdade, fazem parte da tarefa (neste caso, o requadro de vigas, paredes, janelas e pilares), além de evidenciar falhas ocorridas na época de orçamento, pela não-consideração desses trabalhos “adicionais”.

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