O que é Engenharia Diagnóstica e de onde surgiu

A Engenharia Diagnóstica é o uma formação profissional técnica, baseada na engenharia civil (e na arquitetura), resultando em um título de pós-graduação (especialização) em latu-sensu. Este profissional tem sido necessário porque os prédios estão ficando velhos, ou mesmo passando por acidentes como incêndios, e eles precisam de cuidados especiais para garantir a segurança aos usuários e a estabilidade da edificação, prolongando a sua vida útil (VU), como uma manutenção adequada.

A pós-graduação de Engenharia Diagnóstica tem outros nomes como Engenharia Legal, Engenharia Patológica ou Patologias e Diagnósticos, há escolas que oferecem EAD , mas precisa contar professores gabaritados, ter carga horária de 720 horas e ser homologada/credenciada e reconhecida pelo MEC. Existem escolas como o IDD e o INBEC para proporcionar o conhecimento suficiente e necessário, capacitando o especialista em cuidar do prédio/edifício ou qualquer construção (como pontes, viadutos, rodovias, aeroportos), entendendo e descobrindo as razões dos defeitos, falhas e vícios, apontando as melhores soluções para conserto e principalmente para garantia de segurança e estabilidade da edificação. Ainda existem alguns engenheiros que oferecem cursinhos para instruir superficialmente outros profissionais nesta área de conhecimento, porém, não é uma pós graduação, sendo apenas um curso de extensão, sem reconhecimento pelo MEC.

Um curso para formar um engenheiro diagnóstico, ou às vezes chamado como engenheiro patologista, conta com as cadeiras de:

  • Engenharia diagnóstica
  • Vistorias, auditorias e inspeções na engenharia diagnóstica
  • Perícias e consultorias na engenharia diagnóstica
  • Introdução à patologia das construções aplicada à elaboração de perícias de engenharia
  • Prova pericial no direito imobiliário
  • Mecanismos de degradação dos elementos construtivos
  • Patologia das fundações, contenções, solos e obras de terra
  • Patologia das estruturas (projeto, concreto, aço, técnicas e equipamentos de análise destrutiva e não destrutiva)
  • Reparo, recuperação e reforço das estruturas de concreto
  • Patologia das vedações (paredes, janelas, portas)
  • Patologia dos revestimentos argamassados
  • Patologia dos revestimentos cerâmicos e de pedras naturais
  • Efeito da umidade sobre as construções e impermeabilizações
  • Metodologia científica (resolução CNE/CES 01 de 06/04/2018, o aluno pode optar pela não realização, pois o TCC não é obrigatório)
  • Patologia dos sistemas hidráulicos e sanitários
  • Patologia das instalações elétricas
  • Patologia dos pavimentos rígidos
  • Patologia dos pavimentos flexíveis

Existe uma forte relação com a área de medicina, sendo arte de criar ações (atividades) pró-ativas, por meio dos diagnósticos (análise), prognósticos (expectativa de evolução) e prescrições técnicas (escolha de soluções), visando a QUALIDADE TOTAL, prolongando a vida útil e a correta finalidade do empreendimento. O engenheiro diagnóstico é o “médico” do prédio. E neste escopo, busca origem sobre rachaduras, razão do aparecimento da vegetação em áreas do edifício, marcas escuras de mofo e bolor, marcas brancas de cristalização no emboço, estampados na cor marrom, devido a corrosão de armaduras. Ainda existem atividades como indicar os níveis de desempenho que podem ser mínimo, intermediário ou superior, como estabelece a NBR 15.575 da ABNT,

Evolução histórica da Engenharia Diagnostica

Evolução histórica da Engenharia Diagnóstica

Historicamente há ondas cíclicas que tem se tornando cada vez mais importantes para a área de edificação, como em 1999, quando surgiram as primeiras INSPEÇÕES PREDIAIS, em que se buscava a anomalia funcional, através de Vistoria.

Em 2003, surgiu a AUDITORIA PREDIAL, com estabelecimento das Normas Técnicas (ABNT) e que prestam a realizar o aceite ou não, dentro da concepção de existir conformidades e não conformidades.

Merece todo o mérito, o professor e engenheiro Tito Lívio Ferreira Gomide, precursor das palavras (trazidas de Portugal) de engenharia diagnóstica, e cuja ideia se deu em férias nos EUA, onde ele viu que lá tinha dois tipos de inspeção: a Building Inspection (para assegurar a segurança da edificação em empresas) e a Home Inspection (usada para todos que fossem negociar um imóvel). A isso, associou-se o desabamento em 16/10/1997, na cidade de Rio Preto (SP) do Edifício Torre Itália e em 22/02/1998 no Rio de Janeiro do Edifício Palace II, que desabou parcialmente. Reunindo-se tudo isso, ele apresentou o trabalho “A Inspeção Predial deve ser Obrigatória? ” no X COBREAP, em Porto Alegre, que mereceu Menção Honrosa.

E ele começou sua peregrinação pelos CREAs (Conselho de Engenharia e Arquitetura) do país, palestrando e plantando o conceito de “PPEU” lançado em seu livro de 2005 da obra “Engenharia Diagnóstica de Edificações”, realizando em conjunto com Marco Antonio Gullo e Jeronimo Cabral. E que em 2015 evoluiu para o “PPEEU” e que no livro “Manual de Engenharia Diagnóstica” de 2018, passou a tratar como “PPEEURD”, que são as iniciais das fases de:

  • Planejamento,
  • Projeto,
  • execução,
  • Entrega de Obra,
  • Uso,
  • Reabilitação,
  • Desconstrução .
Engenharia Diagnóstica para os edifícios
PPEEURD

Em 2005, as palavras “Engenharia Diagnóstica” se concretizaram com sendo uma série de procedimentos claros de diagnose (análise), que é a anamnese do prédio/edifício através de procedimentos técnicos como a garantia e segurança.

A que se propõe a Engenharia Diagnóstica

É a razão em realizar a avaliação, com base na Engenharia Diagnóstica sobre as edificações:

Segurança

  • segurança estrutural;
  • segurança contra incêndio;
  • segurança no uso e na operação.

Habitabilidade

  • estanqueidade;
  • saúde, higiene e qualidade do ar;
  • funcionalidade e acessibilidade.

Sustentabilidade

  • Sustentabilidade
  • durabilidade;
  • manutenibilidade.

Existem diversas etapas ou partes da análise técnica que esta engenharia estabelece:

VISTORIA

• é a iniciação unida à percepção, para a constatação técnica de determinado fato (falha, vício ou defeito), condição ou direito relativo a um objeto.

INSPEÇÃO

• é a intuição unida à análise técnica de fato, condição ou direito relativo a um objeto. Há diversas cidades que exigem a verificação periódica do prédio, com a Inspeção Predial obrigatória.

AUDITORIA

• é a inter-relação com as referências técnicas (ABNT) para criar o atestamento, ou não, da conformidade de um fato, condição ou direito relativo a um objeto.

PERÍCIA

• é a conclusão (inferências) como apuração técnica das origens, causas e mecanismos de ação de um fato, condição ou direito relativo a um objeto.

CONSULTORIA

• é o prognóstico (determinação de coo irá evoluir o defeito/falha) e a prescrição técnica a respeito de um fato, condição ou direito relativo a um objeto. São diversos os tipos de Laudos de Engenharia.

Este tipo de engenharia oferece os muitos instrumentos para que se consiga realizar a investigação técnica das manifestações patológicas prediais, segundo diretrizes técnicas, para a primorar a qualidade e determinar as responsabilidades, portanto, avalia as anomalias construtivas, falhas de manutenção e mesmo irregularidades quanto a forma e uso.  

Muito difícil relacionar todas as normas da ABNT, mas entre as ferramentas para a análise, estas são as mais importantes:

  • ABNT NBR 16747:2019 – Inspeção predial – Diretrizes, conceitos, terminologia, requisitos e procedimento
  • ABNT NBR 16.280: 2014 – Reforma em edificações
  • ABNT NBR 15.575:2013 – Edificações habitacionais – Norma de Desempenho
  • ABNT NBR 5674: 2012 – Manutenção de edificações
  • ABNT NBR 14.037: 2011 – Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações com a Inspeção Predial Total – Acidentes Prediais: Análise de risco, ordem de prioridades
  • ABNT NBR 13752, Perícias de engenharia na construção civil
  • ABNT NBR 16280, Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos
  • ABNT NBR ISO 5492, Análise sensorial – Vocabulário

E então é necessário aliar técnicas da Engenharia, através de metodologia científica para descobrir as causas das falhas, vícios ou defeitos. Emprega-se:

  • Análise baseada na sensibilidade individual como a visão, tato, olfato e audição;
  • Uso de réguas, escalas, trenas, como instrumentos para medição;
  • Imagens (gravação com drone, por exemplo);
  • Técnicas de apoio como esclerometria (equipamento para medição da resistência do concreto), ou testes de arrancamento (para revestimentos externos) ou busca por som cavo (som de oco ou de chocho);
  • Uso de equipamento de análise da corrente elétrica para avaliar a corrosão do aço;
  • Uso de reagentes como fenolftaleína para avaliar o grau de alcalinidade do concreto;
  • Raio-X, com equipamento de energia nuclear, entre outros

A sabedoria popular nos lembra, “é melhor prevenir que remediar”. Então, é cuidando que se consegue o melhor da qualidade e funcionalidade da edificação, a um custo justo.

Temos o livro ENSAIOS TECNOLÓGICOS EM PRÉDIOS ANTIGOS: ESTUDO DE CASO: PRÉDIO INTERDITADO DE 66 ANOS DE IDADE que é um livro científico, aponta o caso de envelhecimento das grandes cidades, seus prédios e as diversas anomalias nestas edificações (manifestações patológicas) sobre o campo da atividade de engenharia diagnóstica. Este livro está disponível na Amazon. Nele ainda temos os tipos de ensaios e os custos em se fazer as análises necessárias.

A Engenharia DiagnostiKa é empresa especializada que trata exatamente deste assunto, a prevenção das falhas, correção dos defeitos e vícios e apura as responsabilidades, bem como determina as formas de correção. Contate-nos para uma avaliação técnica.

5 thoughts on “O que é Engenharia Diagnóstica e de onde surgiu

    1. Tentamos resumir e dar uma melhor informação no sentido de finalidade de se ter uma engenharia diagnóstica

  1. Vi recentemente uma historiazinha do sapo que é colocado dentro da panela de água quente e ele pula rapidamente para fora, e o outro sapo que é colocado na panela de água fria e esta água vai aquecendo devagar. O segundo sapo acaba morrendo cozido, mas ele não tenta sair da panela porque ele não percebe o risco que está correndo. Esta é uma das muitas fábulas, usadas para expressar a realidade. Pois temos em condomínios de edifício comerciais e também nos residenciais, os síndicos, moradores, administradores de condomínio que não veem os riscos que estão se apresentando no prédio, e a necessidade de uma análise, que é a engenharia diagnóstica que faz. O prédio precisa de cuidados. os moradores só cuidam, cada um de seu apartamento ou escritório, e alguns, de forma precária. Porém o síndico é o responsável legal por qualquer coisa que ocorra no condomínio, podendo ser preso, responder processos. Ele precisa se precaver, fazendo uma avaliação sobre como está o prédio, isso é engenharia de prevenção, isso é engenharia diagnóstica.

  2. Temos empresas, que são escolas que oferecem cursos, algumas como pós graduação, outras apenas como um cursinho de extensão, para a engenharia diagnóstica. Algo lógico e que faz todo o sentido, e engenharia diagnóstica é algo de profissional que tenha experiência e capacidade (não é coisa de marinheiro de primeira viagem), porque ela precisa ser realizada com muita cautela, para assegurar a vida e a saúde das pessoas que estão vivendo ou trabalhando no interior do prédio.

  3. Como adendo, temos que obrigatoriamente não é preciso ter um curso de pós graduação em engenharia diagnóstica, porque ela é uma forma em que se qualifica um tipo de serviço, que é a análise das manifestações patológicas que ocorrem nas edificações.

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